sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Início do conteúdo Corpo de Kirchner é levado para enterro na Patagônia

Velório do presidente reuniu multidões em Buenos Aires e foi estendido por ordem da presidente.


Cortejo do presidente foi acompanhado por multidão em Buenos Aires
Milhares de pessoas acompanharam nesta sexta-feira nas ruas de Buenos Aires a passagem do cortejo fúnebre com o corpo do ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu após uma parada cardiorrespiratória na quarta-feira.
Depois de ser velado por mais de 24h na Casa Rosada (sede do governo argentino), o corpo foi levado para o aeroporto local de Buenos Aires. Lá ele foi embarcado para a cidade de Río Gallegos, no sul do país, onde deve ser enterrado ainda nesta sexta-feira.
De guarda-chuva, às lágrimas e aplaudindo, a multidão jogou flores no carro onde estava o caixão e acenou com bandeiras da Argentina. Muitas vezes o cortejo, acompanhado por policiais federais, foi parado pela forte aglomeração de simpatizantes.
O carro fúnebre foi seguido por outro onde estava a viúva e presidente argentina, Cristina Kirchner. Ela e os filhos do casal embarcaram no mesmo avião que o caixão.
Atraso
A programação inicial para o fim do velório e o enterro foi alterada por determinação da própria presidente, diante da fila quilométrica de populares que queriam passar em frente ao caixão, num dos salões da Casa Rosada.
Inicialmente, o corpo seria embarcado às 10h da manhã, mas isso só ocorreu quatro horas mais tarde.
Na peregrinação para chegar ao local do velório, simpatizantes do ex-presidente passaram até sete horas na fila, que começou na manhã da quinta-feira e não foi interrompida nem durante a madrugada desta sexta.
Cristina, de vestido negro e óculos escuros, esteve, uma vez mais, junto ao caixão do marido, quase sempre em silêncio. Chorou várias vezes, jogou beijos para os populares e levou a mão direita ao coração, num gesto de agradecimento.
Em alguns momentos, Cristina se aproximou da fila para abraçar e beijar os populares. "Força, temos que ser fortes", dizia, em voz baixa, ao abraçá-los.
Braço direito
A morte ocorreu a um ano das eleições para a Casa Rosada, na qual se especulava que Néstor Kirchner fosse ser candidato a voltar à Presidência, após governar entre 2003 e 2007.
"Ela (Cristina) terá nosso apoio. Daqui até lá e muito mais", dizia o deputado governista Dante Gullo, do lado de fora da Casa Rosada.
O analista Joaquín Morales Solá, do jornal La Nación, critico do governo e do "kirchnerismo", disse que começa uma etapa de "muitas perguntas" sobre o destino do governo, sem o ex-presidente ao lado de Cristina.
Nesta sexta-feira, a imprensa local especulava que o filho mais velho do casal, Maximo, se tornará a partir de agora o braço direito da presidente.
"Círculo político e analistas do mercado acreditam que ele terá papel de destaque ao lado da mãe", escreveu o jornal Clarín.
Maximo participou da recente fundação de uma linha da juventude peronista. BBC Brasil - Todos os direitos reservados.

Milhares ainda dão adeus a Néstor Kirchner nas últimas horas de velório em Buenos Aires

Publicada em 29/10/2010 às 08h20m
O GloboAgências internacionais Salão lotado durante o velório de Néstor Kirchner na Casa Rosada - Reuters
BUENOS AIRES - Depois de quase 24 horas de velório em Buenos Aires, milhares de pessoas continuavam fazendo fila para se despedir do ex-presidente Néstor Kirchner, morto na quarta-feira. A cerimônia na Casa Rosada será encerrada às 10h, quando o caixão com o corpo de Kirchner será levado em um cortejo até o Aeroparque. Do aeroporto, o corpo será levado para Rio Gallegos, cidade natal de Kirchner, onde será sepultado. Argentinos mantiveram esta madrugada uma nova vigília em homenagem ao ex-presidente .
Ao longo da quinta-feira, alguns dos que queriam se despedir esperaram até dez horas em filas que se estenderam por 25 quadras na capital argentina. Durante quase todo o velório, iniciado às 10h (11h de Brasília), a viúva e presidente, Cristina Kirchner, permaneceu ao lado do caixão. Acompanhada pelos filhos Maximiliano e Florência, ela chegou à sede do governo às 11h e permaneceu por quase 12 horas, tendo se ausentado apenas por alguns minutos. (Em vídeo, o adeus de Cristina ao marido)
Durante todo o velório, o caixão permaneceu fechado, coberto com o bastão presidencial, bandeiras argentinas e lenços que simbolizam a luta das Avós e Mães da Praça de Maio, que buscam localizar desaparecidos durante a ditadura militar. Centenas de pessoas deixaram suas homenagens, recebidas por Cristina, muito emocionada.
Lula elogia legadoA presidente também recebeu líderes latino-americanos, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou depois de 21h. Antes de embarcar de volta para São Paulo, Lula discursou em um aeroporto militar da capital e exaltou o legado do ex-líder para a Argentina e as relações econômicas e diplomáticas com o Brasil. (Em vídeo, Lula no velório)
- Kirchner era mais do que um presidente, era um companheiro que junto comigo ajudou a construir a América Latina que temos hoje. Um homem morre, mas as ideias permanecem - afirmou o presidente brasileiro.
Um dos momentos marcantes aconteceu no fim da tarde, quando um jovem tenor cantou, espontaneamente, Ave Maria e, ao final, exclamou "Néstor, até a vitória sempre", emocionando quem estava ao redor, na entrada da Casa Rosada.
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O sofrimento de Cristina Kirchner, a viúva da Argentina

Publicada em 28/10/2010 às 19h13m
O GloboAgências internacionais

RIO - Pela metade. Assim a presidente Cristina Kirchner entrou nesta quinta-feira, na Casa Rosada, para prestar a última homenagem ao marido e antecessor, Néstor Kirchner, que morreu na madrugada de quarta-feira . Depois de 36 anos juntos, o Casal K, como Néstor e Cristina eram conhecidos, deixa de existir na prática, para viver apenas na memória dos argentinos. A dor da 'viúva da Argentina' é acompanhada de perto, com comoção, pela população, que foi surpreendida pela morte súbita do ex-presidente. Um ar de grande pesar toma o país.
Eram 9h15m de quarta-feira quando os médicos se deram por vencidos: Néstor Kichner estava morto. Ainda incrédula, Cristina Fernandez Kirchner, rompeu em lágrimas, molhando o piso de granito cinza do pequeno hospital José Formenti, em El Calafate, sul do país. Acompanhada apenas de seus secretários particulares, Isidro Bounine e Pablo Barreiro, ela permaneceu em silêncio, enquanto as portas giratórias da sala de emergência se abriam e fechavam violentamente ( Fotogaleria: A dor de Cristina no velório de Néstor Kirchner ).
Segundo reportagem do jornal 'La Nación', atordoados, os funcionários da clínica tentaram, por mais de uma hora, reanimar o político mais influente da Argentina. E Cristina esteve ao seu lado o tempo todo. Néstor Kirchner se sentiu mal minutos após se levantar, pouco antes das 8h, e desmaiou. Começou a receber as primeiras atenções da mulher e de dois assessores da Presidência ainda em casa. Às 8h05m, uma ambulância chegou ao local e os médicos diagnosticaram uma parada cardiorrespiratória.
O primeiro a falar com Cristina, ainda em choque, foi o empresário Lazaro Baez, que chegou ao hospital minutos depois. Amigo do casal, ele a segurou, abraçou e colocou num carro, levando-a para longe dali. O filho do casal, Máximo, que já avisado da internação do pai, seguia, nesse momento, para o local, vindo da vizinha Río Gallegos ( Homenagens a Néstor Kirchner ).
O adeus de Cristina a Néstor Kirchner:
Título

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As horas seguintes foram de confinamento, na residência de Los Sauces, na companhia de parentes próximos e um pequeno quadro de funcionários, que testemunharam os momentos mais tristes. Foi a própria Cristina que ligou para a filha, Florença, de 19 anos, que estava em Nova York, para dar a triste notícia.
- Ela estava inteira - dizem os poucos que estiveram com Cristina logo após a morte do companheiro de toda vida.
O corpo do ex-presidente foi velado por cerca de 12 horas, em casa, antes de ser levado para a Casa Rosada, onde aconteceria o adeus final.
Às 22h30m, Cristina pediu que todos deixassem a residência de Los Sauces. Aos poucos, os ministros começaram a sair da casa, deixando a presidente a sós com a família. Apenas na companhia da mãe, Ofelia Wilhelm, da irmã Giselle, da Ministra do Desenvolvimento Social, Alicia Kirchner, e de seu filho Max, ela ainda tentava recuperar o ar. Tranquila, pediu que Max acompanhasse o corpo do pai. Ela pegou então suas coisas e se dirigiu ao aeroporto. A casa ficou vazia.
Ouça o comentário da correspondente Janaína Figueiredo:
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Descricao


A presidente só reapareceu em público nesta quinta-feira. Cristina chegou ao velório do marido, na Casa Rosada, no final da manhã desta quinta-feira, acompanhada dos dois filhos. Ela entrou na sede de governo cerca de uma hora após a abertura dos portões aos milhares de admiradores de Kirchner, que formavam filas na Praça de Maio para se despedir do ex-presidente. Ela foi recebida com aplausos e gritos de apoio, que romperam o silêncio na sede do governo.
Vestida de preto, desceu rapidamente do veículo oficial. Sem tirar os óculos escuros, permaneceu de pé e colocou a mão sobre o caixão do marido.
A presidente permaneceu sem chorar a maior parte do tempo. Mas não conteve a emoção em alguns momentos, quando populares passavam diante do caixão e gritavam palavras de força para ela. Nessas horas, ela soluçava e apoiava a cabeça no ombro da filha.
Em vários momentos, Cristina recebeu apoio de amigos e políticos. Ela foi abraçada pela líder da organização humanitária Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, e pela chefe das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, ambas aliadas do casal. Também prestaram suas homenagens vários chefes de estado. Já estão em Buenos Aires os presidentes Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e José Mujica (Uruguai). E estão a caminho Sebastián Piñera (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Fernando Lugo (Paraguai) e Hugo Chávez (Venezuela). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipou sua viagem e deve chegar Buenos Aires no início da noite.
O corpo do ex-presidente será velado até as 10h de sexta-feira (11h, Brasília), quando será levado para Río Gallegos, no sul do país, para ser sepultado no mesmo dia, como informa o jornal local "Clarín". Segundo o chefe de gabinete da província de Santa Cruz, Pablo González, o corpo chegará uma hora depois ao aeroporto e será levado para o cemitério em uma caravana. Um porta-voz da Presidência diz que o enterro será uma cerimônia íntima.
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morreu o ex-presidente Kirchner, o homem do poder na Argentina

por SUSANA SALVADORAmanhã
Morreu o ex-presidente Kirchner, o homem do poder na Argentina
Marido da actual Chefe do Estado, Cristina Kirchner, sofria de problemas de coração.
Os problemas de saúde do ex-presidente Néstor Kirchner, de 60 anos, eram conhecidos, mas a sua morte deixou a Argentina em choque. Milhares de pessoas eram esperadas ontem à noite na Praça de Maio, para prestar homenagem ao homem que, para muitos, detinha o verdadeiro poder - actualmente nas mãos da sua mulher, Cristina Kirchner. O velório terá início hoje às 12.00 (16.00 em Lisboa) na Casa Rosada (palácio presidencial).
O casal estava na sua residência em El Calafate (Patagónia), quando Néstor se sentiu mal. O deputado e líder do Partido Justicialista foi levado de imediato para o hospital, mas os médicos não conseguiram reanimá-lo. Segundo o relatório clínico, Kirchner teve uma paragem cardiorrespiratória com morte súbita. Cristina acompanhou-o sempre, tendo informado os dois filhos - Máximo e Florencia (que vive nos EUA).
Esta é a primeira vez que um ex--presidente será velado na Casa Rosada, sendo o Congresso o palco normalmente utilizado para esta homenagem. Néstor Kirchner será depois enterrado na sua terra natal, na região de Santa Cruz.
As reacções de pesar chegaram de todos os pontos da sociedade argentina. O destaque foi para a sua presidência (2003-2007), que ficou marcada pela recuperação económica e pela luta pelos direitos humanos. Durante o seu Governo foram declaradas ilegais as leis de amnistia para os crimes da ditadura e tiveram início os processos contra ex-militares.
A comunidade internacional também expressou as suas condolências, com países como o Brasil ou a Venezuela a decretarem três dias de luto nacional. Néstor Kirchner desempenhava actualmente o cargo de secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasur), tendo desempenhado um papel crucial na última contenda diplomática entre Caracas e Bogotá. "É uma grande perda para a Argentina e para o continente", reconheceu o Presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
O ex-presidente tinha sido internado por duas vezes, só este ano, devido a problemas cardíacos. A 7 de Fevereiro foi operado de urgência, depois de ter começado a perder sensibilidade no braço esquerdo. Os médicos removeram então uma placa ulcerada da carótida direita, numa operação considerada "um sucesso".
Mas em Setembro, o coração de Kirchner voltou a dar sinais de fraqueza. Na noite de 11 de Setembro, o deputado teve de se submeter a uma nova intervenção por obstrução de uma artéria coronária. Os médicos fizeram uma angioplastia, tendo sido colocado um stent (um pequeno tubo que permite "abrir" a artéria).
O ex-presidente recebeu ordem de repouso, mas manteve a sua agenda inalterada. Além de deputado, líder partidário secretário- -geral da Unasur, era ainda apontado como possível candidato presidencial em 2011. Isto apesar dos escândalos que o rodeavam. Um deles referente às acusações de enriquecimento ilícito: a fortuna dos Kirchner, segundo a declaração patrimonial, ascende actualmente a 11 milhões de euros. Tal significa um aumento de 700% desde a eleição de Néstor, em 2003.
Além disso, a sua popularidade (era de 60% quando deixou a presidência) também foi afectada por algumas medidas do Governo, nomeadamente pelos conflitos com o campo e as acusações de que o casal queria controlar os media. Estas crises contribuíram para a perda da maioria do Partido Justicialista no Congresso, nas eleições legislativas de Junho de 2009.
"A continuidade institucional não está em perigo na Argentina, mas pode estar a governabilidade no final do mandato de Cristina, se ela não aproveita o que possivelmente é a sua oportunidade histórica: deixar de ser a Presidente de uma facção, para passar a ser a de todos os argentinos", escreveu Rosendo Fraga no La Nación. O director do Centro de Estudos União para a Nova Maioria lembrou que "até ao último momento, Kirchner fez questão de tornar evidente que era ele quem exercia realmente o poder e não a sua mulher".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lula anuncia fundo que exclui fiador em crédito do Fies

EDUARDO RODRIGUES - Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje a criação do Fundo de Garantia das Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), que permitirá a estudantes universitários de cursos de licenciatura pedirem financiamento no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) sem a necessidade de apresentar um fiador. O novo fundo, porém, só valerá para os universitários com renda familiar mensal média de até um salário mínimo e para os bolsistas parciais do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Pela medida, o Tesouro Nacional, por meio do FGEDUC, concederá as garantias às instituições de ensino que se credenciarem no Ministério da Educação, que também arcarão com 7% do total desses financiamentos. "A coisa mais difícil para qualquer pessoa em qualquer segmento é conseguir um fiador", afirmou o presidente Lula. "Ser fiador não é uma prova de amizade, é assumir a responsabilidade por uma coisa que você não tem responsabilidade. Se der certo, é uma maravilha, mas se não der, você tem que pagar", completou.

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, os estudantes na faixa de renda beneficiada pela medida são justamente aqueles que têm mais dificuldades em conseguir fiadores, o que impossibilitava até então o acesso ao Fies. "Esses alunos muitas vezes acabam fazendo um curso ruim porque é o mais barato, mas agora poderão escolher um de maior excelência e conseguir o financiamento", afirmou.

O governo também anunciou que os estudantes que tenham firmado contrato com o Fies antes do dia 14 de janeiro deste ano poderão renegociar os prazos de quitação, com ampliação para até três vezes o período de utilização do financiamento, acrescido de mais 12 meses. Ou seja, um estudante que tenha cursado uma graduação durante quatro anos com o financiamento pode estender o pagamento para até 13 anos. Essa regra já valia para os contratos firmados desde janeiro.
postado por Blog do Paim @ 11:10 0 Comentários