quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Acidente de trem em Buenos Aires deixa 50 mortos e 675 feridos

A investigação do incidente foi aberta. Funcionária da linha férrea afirmou que "os freios falharam por causa da falta de investimento"

Acidente de trem deixa pelo menos 600 feridos, na Argentina
Acidente de trem deixa pelo menos 600 feridos, na Argentina - Juan Mabromata/AFP


















Um trem cheio de passageiros chocou-se na manhã de ontem contra a plataforma da estação Once de Buenos Aires deixando 50 pessoas mortas e 675 feridas, muitas delas retiradas das ferragens dos vagões destruídos.
"O total de mortos chega a 50", afirmou na quarta-feira à noite Claudio Avruj, subsecretário de Direitos Humanos do governo de Buenos Aires, ao receber os números mais recentes do necrotério e do cemitério de Chacarita.
A colisão ocorreu às 08H35 (09H36 de Brasília) da quarta-feira, no terminal Once da capital argentina, depois que o trem não conseguiu frear.
O acidente foi o terceiro mais grave da história ferroviária da Argentina, após as tragédias em Benavidez (periferia norte de Buenos Aires), com 236 mortos em 1970, e em Santa Fé, com 55 mortos em 1978.
"Há pessoas com fraturas e ensanguentadas. Os feridos são muitos", declarou um passageiro, que se identificou apenas como Ezequiel e que viajava no segundo vagão, onde é autorizado o embarque com bicicletas.
Um dos vagões chegou a entrar seis metros no outro, segundo as autoridades.
"Havia pessoas que gritavam de desespero. Vi corpos mutilados e muito sangue. As cabeças de alguns passageiros ficaram presas nas janelas", disse à imprensa, na estação, um dos passageiros, Alejandro Velázquez.
A composição, da companhia privada TBA, trazia à capital 2.000 pessoas, na estrada de ferro Sarmiento, e entrou sem frear na plataforma 2 da estação, a uma velocidade de 20 quilômetros por hora.
Feridos – O secretário de Saúde de Buenos Aires, Jorge Lemus, revelou "600 feridos nos hospitais, 200 deles graves", mas o último boletim das autoridades informava 675 feridos.
A presidente Cristina Kirchner suspendeu uma entrevista que concederia na Casa de Governo sobre o estado do conflito com o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas.
"A composição entrou na estação a uma velocidade de 20 quilômetros por hora" sem frear, por causas que ainda são investigadas, disse o secretário de Transporte do governo, Juan Pablo Schiavi, ao descrever o acidente.
Cenas da televisão local mostraram o resgate do maquinista, preso entre as ferragens retorcidas da locomotiva, entre outros feridos que eram transportados em macas.
"Senti a explosão do choque. Foi um barulho muito forte. O trem não freou. Vi gente machucada no colo, braços, pernas", informou à TV Pedro Fuentes, um dos passageiros.
A linha ferroviária urbana Sarmiento opera com intensidade em uma distância de até 70 km e transporta diariamente a cerca de meio milhão de pessoas.
Mais de 20 ambulâncias do serviço de emergência foram incorporadas ao resgate e os feridos mais graves foram transportados num helicóptero da polícia que aterrissou na praça Once, em frente a estação.
"Há pessoas com fraturas e ensanguentadas. Os feridos são muitos", declarou um passageiro, que se identificou apenas como Ezequiel.
"O trem estava muito cheio. O impacto foi tremendo. Eu vinha num vagão em que se pode viajar com bicicleta. As pessoas estavam desesperadas para sair", contou Ezequiel.
Myriam, outra passageira, contou à rádio Plata o que aconteceu: "estava com meus filhos de 6 e 4 anos. Em um piscar de olhos estávamos no chão. Nem sei como saímos".
Investigações – A investigação do incidente foi aberta, mas Mónica Slotauer, responsável pela limpeza da linha Sarmiento, afirmou que "os freios falharam por causa da falta de investimento" nesta linha férrea. Os trens utilizados pela empresa são da década de 1960.
O último acidente ferroviário ocorrido na Argentina aconteceu no dia 18 de dezembro, quando uma locomotiva se chocou contra um trem repleto de passageiros parado numa estação da periferia sul da capital, o acidente deixou 17 feridos.
Em 13 de setembro de 2011, nove pessoas morreram e 212 ficaram feridas no choque de dois trens e um ônibus numa passagem de nível do bairro metropolitano de Flores, a oeste, em um dos episódios mais graves dos últimos anos.
(Com agência France-Presse)


Um trem cheio de passageiros chocou-se na manhã de ontem contra a plataforma da estação Once de Buenos Aires deixando 50 pessoas mortas e 675 feridas, muitas delas retiradas das ferragens dos vagões destruídos.
"O total de mortos chega a 50", afirmou na quarta-feira à noite Claudio Avruj, subsecretário de Direitos Humanos do governo de Buenos Aires, ao receber os números mais recentes do necrotério e do cemitério de Chacarita.
A colisão ocorreu às 08H35 (09H36 de Brasília) da quarta-feira, no terminal Once da capital argentina, depois que o trem não conseguiu frear.
O acidente foi o terceiro mais grave da história ferroviária da Argentina, após as tragédias em Benavidez (periferia norte de Buenos Aires), com 236 mortos em 1970, e em Santa Fé, com 55 mortos em 1978.
"Há pessoas com fraturas e ensanguentadas. Os feridos são muitos", declarou um passageiro, que se identificou apenas como Ezequiel e que viajava no segundo vagão, onde é autorizado o embarque com bicicletas.
Um dos vagões chegou a entrar seis metros no outro, segundo as autoridades.
"Havia pessoas que gritavam de desespero. Vi corpos mutilados e muito sangue. As cabeças de alguns passageiros ficaram presas nas janelas", disse à imprensa, na estação, um dos passageiros, Alejandro Velázquez.
A composição, da companhia privada TBA, trazia à capital 2.000 pessoas, na estrada de ferro Sarmiento, e entrou sem frear na plataforma 2 da estação, a uma velocidade de 20 quilômetros por hora.
Feridos – O secretário de Saúde de Buenos Aires, Jorge Lemus, revelou "600 feridos nos hospitais, 200 deles graves", mas o último boletim das autoridades informava 675 feridos.
A presidente Cristina Kirchner suspendeu uma entrevista que concederia na Casa de Governo sobre o estado do conflito com o Reino Unido pelas Ilhas Malvinas.
"A composição entrou na estação a uma velocidade de 20 quilômetros por hora" sem frear, por causas que ainda são investigadas, disse o secretário de Transporte do governo, Juan Pablo Schiavi, ao descrever o acidente.
Cenas da televisão local mostraram o resgate do maquinista, preso entre as ferragens retorcidas da locomotiva, entre outros feridos que eram transportados em macas.
"Senti a explosão do choque. Foi um barulho muito forte. O trem não freou. Vi gente machucada no colo, braços, pernas", informou à TV Pedro Fuentes, um dos passageiros.
A linha ferroviária urbana Sarmiento opera com intensidade em uma distância de até 70 km e transporta diariamente a cerca de meio milhão de pessoas.
Mais de 20 ambulâncias do serviço de emergência foram incorporadas ao resgate e os feridos mais graves foram transportados num helicóptero da polícia que aterrissou na praça Once, em frente a estação.
"Há pessoas com fraturas e ensanguentadas. Os feridos são muitos", declarou um passageiro, que se identificou apenas como Ezequiel.
"O trem estava muito cheio. O impacto foi tremendo. Eu vinha num vagão em que se pode viajar com bicicleta. As pessoas estavam desesperadas para sair", contou Ezequiel.
Myriam, outra passageira, contou à rádio Plata o que aconteceu: "estava com meus filhos de 6 e 4 anos. Em um piscar de olhos estávamos no chão. Nem sei como saímos".
Investigações – A investigação do incidente foi aberta, mas Mónica Slotauer, responsável pela limpeza da linha Sarmiento, afirmou que "os freios falharam por causa da falta de investimento" nesta linha férrea. Os trens utilizados pela empresa são da década de 1960.
O último acidente ferroviário ocorrido na Argentina aconteceu no dia 18 de dezembro, quando uma locomotiva se chocou contra um trem repleto de passageiros parado numa estação da periferia sul da capital, o acidente deixou 17 feridos.
Em 13 de setembro de 2011, nove pessoas morreram e 212 ficaram feridas no choque de dois trens e um ônibus numa passagem de nível do bairro metropolitano de Flores, a oeste, em um dos episódios mais graves dos últimos anos.
(Com agência France-Presse)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Choque no solo entre aviões da Gol e da Lan causa susto na Argentina (Postado por Lucas Pinheiro)

Um avião da Gol se chocou com outro da Lan na manhã desta segunda-feira (13) no Aeroparque, um dos aeroportos da cidade de Buenos Aires. A informação foi confirmada por nota pela aérea brasileira. Não houve feridos.

Segundo a Gol, o incidente ocorreu após o pouso de seu voo G3 7678, que chegava de São Paulo (Guarulhos) e estava sendo taxiado até o finger para o desembarque. A aeronave da Lan estaria fazendo o "pushback", procedimento em que um trator empurra o avião de ré para que ele siga para a decolagem.

O avião da Lan estaria em uma área além da delimitada para o "pushback", o que teria ocasionado o incidente. O voo Lan 4022 tinha como destino a cidade de Iguazú, também na Argentina.

"Os 175 clientes foram desembarcados em segurança, ilesos. A aeronave está passando por uma inspeção. As causas da ocorrência ainda estão sendo investigadas", disse a Gol em comunicado, informando que prestou toda a assistência necessária a seus passageiros.

O choque foi entre a ponta de uma asa do avião da Gol e a traseira da aeronave da empresa chilena.


domingo, 5 de fevereiro de 2012


Insatisfação com o México mostra o que Brasil pensa sobre globalização, diz FT


Segundo o jornal britânico Financial Times, a possível interrupção do acordo feita pelo governo brasileiro é um "choque" contra montadoras exportadoras no México

Pedro Zambarda
A atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de gloablização e de comércio mundial, diz FT
A atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de gloablização e de comércio mundial, diz FT (Vanderlei Almeida/AFP)
Logotipo Exame.com A possível interrupção do acordo automotivo feito há dez anos entre o Brasil e o México representa um "choque enorme" para os exportadores mexicanos, afirma nesta sexta-feira o blog beyondbrics jornal Financial Times. De acordo com o texto de Adam Thomson, a atitude de cada um dos dois países mostra um pouco de suas ideias diferentes de globalização e de comércio mundial.

Segundo o FT, o México é uma "economia muito aberta". O Brasil, ao contrário, não hesitou em aumentar a tarifa sobre veículos do exterior em 30 pontos, para o atual patamar 35%, tentando proteger sua própria indústria. Por essas diferenças, o Financial Times afirma que o México não vai encarar a mudança com "ânimo leve".
De acordo um funcionário do Ministério da Economia mexicano citado na reportagem, se a medida tomada pelo governo brasileiro for para frente, ela é "muito preocupante". A atitude do Brasil ocorre porque as importações de carros mexicanos geraram um déficit comercial no setor de mais de 1,6 bilhão de dólares.

No entanto, de acordo com o FT, o México não fez nada para defender sua economia quando tinha um déficit no começo do acordo. Diferente dessa atitude, o país teve investimentos multibilionários de montadoras após a crise de 2009, o que transformou o mercado mexicano em um dos mais eficientes do mundo, diz o jornal.

Por isso, para o FT, "não há dúvidas" de que as exportações mexicanas se tornaram mais competitivas para o Brasil desde o ressurgimento da economia do país depois da crise mundial. Montadoras no México como Nissan, Ford, Fiat e Volkswagen exportam para todo o mercado brasileiro. Essas empresas seriam as maiores lesadas com um fim do acordo entre os países.