Crise na Argentina cancela voos de Confins para Buenos Aires
Segundo a Azul, clientes reagendaram bilhetes sem custo adicional ou solicitaram reembolso da passagem
Flávia Ayer
postado em 25/09/2018 19:58 / atualizado em 25/09/2018 20:28
A crise econômica na Argentina, que levou à mudança do presidente do Banco
Central daquele país, trouxe impactos até para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Por causa da greve geral no país, a Azul cancelou os voos AD8762 e AD8763, que fazem diariamente o trajeto entre BH e Buenos Aires e vice-versa.
De acordo com a Azul, os clientes afetados pela greve na Argentina tiveram que reagendar seus bilhetes sem cobrança extra ou solicitar o reembolso da passagem. Não foi informado sobre possível impacto em voos nos próximos dias.
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A pressão sob os portenhos culminou com a inesperada saída do presidente do Banco Central, Luis Caputo, em meio a uma greve geral, com o presidente argentino, Mauricio Magri, em viagem e quando o país discute com o FMI a ampliação de um empréstimo de US$ 50 bilhões. Caputo, que ocupava o cargo desde junho, anunciou sua renúncia, alegando "motivos pessoais". Macri está em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O vice-ministro da Economia, Guido Sandleris, foi nomeado para comandar a instituição financeira. A mudança na direção do banco levou a uma desvalorização de 2,15% da moeda rgentina, que terminou o dia cotada a 38,98 pesos por dólar. A terça-feira foi de pouco movimento, já que os funcionários de bancos privados participam da greve geral. Esta é a segunda paralisação desde o apoio financeiro do FMI, em junho, e a quarta desde que Macri assumiu, em dezembro de 2015.
Sem transporte público, com as estações de trem e entradas de metrô fechadas, e muitas lojas sem funcionar, os argentinos se movimentaram em seus carros, e alguns de bicicleta, pelas ruas de Buenos Aires. Os sindicatos também pararam o tráfego aéreo, os fretes terrestres, os bancos e a administração pública, incluindo escolas, hospitais e universidades. "O governo deve entender que os trabalhadores não vão pagar pela crise, porque não fomos nós que a geramos", disse a professora Erica Seiter.
NOVO PRESIDENTE
Guido Sandleris trabalhou para o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e conta com ampla trajetória acadêmica, além de passagem pelo FMI. "O principal objetivo do Banco Central é reduzir a inflação. Trabalharemos para recuperar a estabilidade e a previsibilidade dos preços que a economia argentina tanto necessita", afirmou o novo presidente do BC.
A inflação argentina acumula 24,3% em 2018, uma das mais altas do mundo. Para este ano, a inflação projetada está acima de 40%. Gabriel Torres, da agência de classificação de risco Moody's, considerou que a renúncia "abrupta" de Caputo "aumentará a volatilidade cambial no curto prazo" e que a Argentina precisa "da confirmação dos detalhes finais do novo acordo com o FMI" para acalmar os ânimos.
"Esperamos que nossa relação seja próxima e construtiva com o BC sob a liderança de Guido Sandleris", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, que garantiu continuar "trabalhando intensamente com o objetivo de concluir as negociações em nível técnico em muito pouco tempo". Macri se reuniu na segunda-feira com investidores e jantou com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. (Com agências)
Tags #argentina #crise #voos
Segundo a Azul, clientes reagendaram bilhetes sem custo adicional ou solicitaram reembolso da passagem
Flávia Ayer
postado em 25/09/2018 19:58 / atualizado em 25/09/2018 20:28
A crise econômica na Argentina, que levou à mudança do presidente do Banco
Central daquele país, trouxe impactos até para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Por causa da greve geral no país, a Azul cancelou os voos AD8762 e AD8763, que fazem diariamente o trajeto entre BH e Buenos Aires e vice-versa.
De acordo com a Azul, os clientes afetados pela greve na Argentina tiveram que reagendar seus bilhetes sem cobrança extra ou solicitar o reembolso da passagem. Não foi informado sobre possível impacto em voos nos próximos dias.
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A pressão sob os portenhos culminou com a inesperada saída do presidente do Banco Central, Luis Caputo, em meio a uma greve geral, com o presidente argentino, Mauricio Magri, em viagem e quando o país discute com o FMI a ampliação de um empréstimo de US$ 50 bilhões. Caputo, que ocupava o cargo desde junho, anunciou sua renúncia, alegando "motivos pessoais". Macri está em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O vice-ministro da Economia, Guido Sandleris, foi nomeado para comandar a instituição financeira. A mudança na direção do banco levou a uma desvalorização de 2,15% da moeda rgentina, que terminou o dia cotada a 38,98 pesos por dólar. A terça-feira foi de pouco movimento, já que os funcionários de bancos privados participam da greve geral. Esta é a segunda paralisação desde o apoio financeiro do FMI, em junho, e a quarta desde que Macri assumiu, em dezembro de 2015.
Sem transporte público, com as estações de trem e entradas de metrô fechadas, e muitas lojas sem funcionar, os argentinos se movimentaram em seus carros, e alguns de bicicleta, pelas ruas de Buenos Aires. Os sindicatos também pararam o tráfego aéreo, os fretes terrestres, os bancos e a administração pública, incluindo escolas, hospitais e universidades. "O governo deve entender que os trabalhadores não vão pagar pela crise, porque não fomos nós que a geramos", disse a professora Erica Seiter.
NOVO PRESIDENTE
Guido Sandleris trabalhou para o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e conta com ampla trajetória acadêmica, além de passagem pelo FMI. "O principal objetivo do Banco Central é reduzir a inflação. Trabalharemos para recuperar a estabilidade e a previsibilidade dos preços que a economia argentina tanto necessita", afirmou o novo presidente do BC.
A inflação argentina acumula 24,3% em 2018, uma das mais altas do mundo. Para este ano, a inflação projetada está acima de 40%. Gabriel Torres, da agência de classificação de risco Moody's, considerou que a renúncia "abrupta" de Caputo "aumentará a volatilidade cambial no curto prazo" e que a Argentina precisa "da confirmação dos detalhes finais do novo acordo com o FMI" para acalmar os ânimos.
"Esperamos que nossa relação seja próxima e construtiva com o BC sob a liderança de Guido Sandleris", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, que garantiu continuar "trabalhando intensamente com o objetivo de concluir as negociações em nível técnico em muito pouco tempo". Macri se reuniu na segunda-feira com investidores e jantou com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. (Com agências)
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