terça-feira, 13 de outubro de 2015

Candidato governista da Argentina vai a Brasília para encontro com Dilma

Publicado em 13/10/2015, às 07h54 | Atualizado em 13/10/2015, às 07h54
Da Agência Globo
Scioli (foto) é favorito na corrida pela sucessão da presidente Cristina Kirchner, na Agentina / Foto: AFP Scioli (foto) é favorito na corrida pela sucessão da presidente Cristina Kirchner, na Agentina Foto: AFP
O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, favorito na corrida pela sucessão da presidente argentina, Cristina Kirchner, interromperá sua intensa campanha por todo o país para visitar, no mesmo dia, os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez, e do Brasil, Dilma Rousseff. Ambos encontros serão realizados nesta terça-feira (13), numa viagem relâmpago que busca instalar o lema “mais Argentina no mundo e mais mundo na Argentina”, segundo informaram assessores do candidato do kirchnerismo nas presidenciais do próximo dia 25 de outubro.
A reunião com Dilma foi organizada às pressas na semana passada. A presidente era, junto com o venezuelano Nicolás Maduro, a única chefe de Estado da região que não estava na lista dos encontros internacionais de Scioli antes do dia 25. As críticas do candidato da Casa Rosada a Maduro são conhecidas, mas o Brasil é considerado um sócio estratégico por Scioli e por isso, apesar da delicada crise que enfrenta Dilma, foi incluída uma rápida passagem por Brasília após a conversa com Vázquez, em Montevidéu.

A prioridade de Scioli na reta final da campanha é buscar votos no interior da Argentina. A carregada agenda do candidato do kirchnerismo prevê visitar entre quatro e cinco cidades por dia, atingindo, pelo menos, três milhões de eleitores. Scioli está primeiro nas pesquisas, mas ainda não conseguiu, de acordo com algumas pesquisas, alcançar a pontuação necessária para vencer no primeiro turno (mais de 45% ou de 40%, com uma diferença de pelo menos 10% em relação ao segundo colocado). Um eventual segundo turno com seu principal rival, o prefeito portenho Mauricio Macri, seria o primeiro da História do país.

— Nossa prioridade é a região e na região nossa relação privilegiada com o Brasil, nosso maior sócio — comentou um assessor do governador.

Segundo ele, Scioli quer aprofundar o vínculo com países como China, Índia e Rússia e, também, com os países europeus.

— Precisamos de um novo encontro com a Europa e com a América do Norte, porque os tempos mudaram — disse o assessor do candidato de Cristina.

Scioli será recebido por Vázquez por volta do meio dia, na sede do governo uruguaio, em Montevidéu. Nos últimos anos, o vínculo entre os dois países estremeceu-se por diferentes motivos, entre eles as barreiras comerciais aplicadas pela Argentina e a disputa em torno a instalação de uma fábrica de celulose na fronteira.

— A irmandade entre nossos povos nos leva a continuar trabalhando, coordenados, integrados e fortalecendo a relação bilateral — declarou Scioli.

Vázquez vai retribuir o respaldo que recebeu do governador argentino durante a campanha eleitoral uruguaia, no final do ano passado.

No final do dia, será a vez de Dilma. No encontro, o candidato argentino quer discutir futuras possibilidades de integração em matéria de infra-estrutura, transporte e comércio. Desde que iniciou sua campanha, Scioli já esteve com os presidentes de Cuba, Raúl Castro, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Horacio Cartes, do Chile, Michelle Bachelet, e com os ex-chefes de Estado José Pepe Mujica, do Uruguai, e Luiz Inácio Lula da Silva.

— Enquanto outros estão disputando o segundo lugar, eu estou dedicado a levar a Argentina a grandes vitórias —afirmou Scioli, em tom irônico.

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