quinta-feira, 5 de julho de 2012

Justiça argentina condena ditador General Jorge Rafael Videla a 50 anos de prisão por ter comandado um plano sistemático de roubo de bebês durante a ditadura argentina

AGRAVANTE. Decisão impedirá ex-presidente de reivindicar o benefício da liberdade condicional Por:

AGÊNCIA O GLOBO

Buenos Aires — Depois de mais de 30 anos de luta das Avós da Praça de Maio, a Justiça argentina condenou, ontem, o ditador Jorge Rafael Videla, de 86 anos, a 50 anos de prisão por ter comandado um plano sistemático de roubo de bebês durante a ditadura argentina. Antonio Vañek foi condenado a 40 anos de prisão; Jorge “El Tigre” Acosta a 30 anos; e outro ditador, Reynaldo Bignone, teve sentença de 15 anos. Além deles, sete pessoas (entre militares, médicos e civis) foram condenados a penas que vão de 5 a 50 anos de detenção. Todos estavam sendo julgados desde fevereiro de 2011. O allmirante Rubén Omar Franco e o ex-agente de inteligência Eduardo Ruffo foram absolvidos.

A sentença foi anunciada nos tribunais de Comodoro Py, na capital argentina. Do lado de fora, centenas de manifestantes acompanharam o último dia de um julgamento que começou em 28 de fevereiro do ano passado. A decisão impedirá o ex-ditador de continuar solicitando o benefício da liberdade condicional, permitido na Argentina a partir dos 20 anos de reclusão (desde 84, Videla já passou quase 20 anos detido, incluído um longo período de prisão domiciliar).

Além de Videla, foram condenados Reynaldo Bignone (presidente entre 82 e 83), Rubén Omar Franco, Santiago Omar Riveros, Jorge “El Tigre” Acosta, Antonio Vañek, o médico Jorge Magnacco, Juan Antonio Azic, Eduardo Ruffo, Víctor Gallo e Susana Colombo. As condenações oscilaram entre 15 e 50 anos de prisão. “Os militares cometeram crime atrozes, que não podia continuar impunes. Hoje é um dia de grande alegria e sensação de vitória”, afirmou Rosa Roisinblit, vice-presidente das Avós da Praça de Maio.

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