quarta-feira, 24 de setembro de 2008

"Lulamania" está no auge no Brasil, diz jornal argentino

da BBC Brasil

Uma reportagem do jornal argentino "La Nación" afirma nesta quarta-feira que "a Lulamania continua no auge" no Brasil.

O artigo se refere aos índices de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atingiram o recorde de 77,7% na última pesquisa trimestral do instituto Sensus --superando o nível de 2003, quando chegou ao poder pela primeira vez.

A matéria aponta que Lula é o presidente "mais apreciado da história recente do Brasil, um país que cresce a um ritmo maior que 5% ao ano e que exerce uma marcada influência regional".

Os resultados deram cacife para o presidente apresentar em Nova York, na Assembléia Geral da ONU, a campanha "Brasil sensacional", de promoção turística.

O "La Nación" diz que a aprovação do governo Lula --68,8%-- se explica pelo bom ritmo econômico e os programas sociais que alcançam os estratos sociais mais pobres.

Entretanto, prossegue o artigo, a boa imagem de Lula, que seria "imbatível" na disputa por um terceiro mandato, não se estende a outros membros do PT.

Nas pesquisas, um candidato da sigla oficial correria o risco de sequer passar para o segundo turno.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

'Lula toma as rédeas na crise boliviana', diz 'El País'

A cúpula da Unasul realizada na segunda-feira à noite para discutir a crise na Bolívia marca o crescente peso que o presidente Luís Inácio Lula da Silva está adquirindo na região, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal espanhol El País.

Em matéria intitulada, "Lula toma as rédeas da crise boliviana", o diário diz que Lula apresentou uma série de exigências para aceitar ir ao encontro em Santiago do Chile, e o fato de elas terem sido acatadas, demonstram sua importância na mediação do conflito.

"A presidente do Chile, Michelle Bachelet - país que exerce a presidência temporária da Unasur -, convocou a reunião, mas foi Lula quem deu transcendência a ela, ao confirmar sua presença e conseguir que as partes em conflito na Bolívia lhe entregassem sua confiança", escreve o El País.

"Lula impôs condições para viajar a Santiago e as conseguiu. Pediu uma trégua prévia entre (o presidente boliviano Evo) Morales e a oposição, o que foi feito. Exigiu a aceitação expressa de La Paz para que ele intercedesse na crise, e a obteve. Mais, os rivais de Morales comemoraram a mediação brasileira, apesar de Lula os ter repreendido por usar a violência para desafiar o governo." Ainda segundo o jornal, na cúpula ficou mais clara a distância que se abre entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "que se converteu em ator do conflito ao expulsar de seu país, em solidariedade com Morales, o embaixador dos Estados Unidos, e que chegou a Santiago com um discurso antiimperialista", e Lula, cujo país "requer gás boliviano e que nos dias anteriores se transformou em estandarte da não intervenção nos assuntos internos do país".

A reunião só se tornou viável com a presença de Lula, que antes de aceitar participar teria exigido a presença de Morales e que ele aceitasse os resultados, diz o jornal, para quem "o Brasil não quer ingerências externas no conflito, nem insultos aos Estados Unidos".

"Sem a presença dos Estados Unidos na Unasul - uma das razões que explica a existência deste foro -, o Brasil, maior potência econômica da América do Sul, está começando a exercer nesta crise um papel mais preponderante. Além dos vínculos energéticos, e de ser o maior sócio comercial da Bolívia, o Brasil divide uma fronteira de 3.400 quilômetros com o país andino, cuja importância estratégica, apesar da falta de litoral, foi percebida cedo por Che Guevara nos anos 60." O El País conclui dizendo que antes de partir para a cúpula, Lula parece ter mandado um recado para a Venezuela e Washington, quando afirmou que uma solução para a crise requer a consolidação do processo democrático e de respeito à Constituição.

'Washington Post' Ainda sobre a crise na Bolívia, o jornal americano Washington Post publica nesta terça-feira um editorial em que afirma que Morales está levando o país "à desintegração ou guerra civil".

"Ficou claro há muito tempo que a tentativa do presidente Evo Morales de importar o modelo de socialismo autoritário de Hugo Chávez para a Bolívia polarizou o país em torno de linhas étnicas e geográficas, arriscando desintegração ou guerra civil", afirma o editorial.

O diário destaca que o Exército ocupou uma dos cinco Departamentos liderados pela oposição, depois dos confrontos que deixaram 30 mortos nos últimos dias, e afirma que os dois lados estão recorrendo à violência.

"Os governos (estaduais) da oposição merecem culpa por tolerar - no mínimo - a violência de seus correligionários. Mas Morales permanece o maior provocador na Bolívia. Encorajado por sua vitória no referendo revogatório de agosto, ele tentou marcar outro referendo sobre a Constituição, que aumentaria ainda mais sua autoridade." O editorial ainda comenta a cúpula da Unasul, afirmando que "Chávez está fazendo o melhor que pode para escalar a crise, até ameaçando intervir militarmente na Bolívia".

"Mas os Estados Unidos também têm poder de influência. A Bolívia recebe mais de US$ 100 milhões em ajuda americana por ano, e cerca de 30 mil empregos no país mais pobre da América do Sul dependem da renovação das preferências comerciais que expiram em dezembro", afirma o Washington Post, para quem os contratos só devem ser renovados se Morales chegar a um acordo com a oposição.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lula e Cristina Kirchner discutem sistema de pagamento em moeda local

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se amanhã (8) com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Eles devem discutir os últimos ajustes para a implementação do sistema de pagamento em moeda local, que elimina o dólar das transações comerciais entre Brasil e Argentina.

Com esse sistema, as empresas poderão fazer compras e vendas em real e peso. Em agosto, quando esteve em Buenos Aires, o presidente Lula disse que a medida permitirá redução de custos do comércio, sobretudo para as pequenas e médias empresas, aproximará os sistemas dos bancos centrais e estimulará a consolidação de mercados cambiais em moeda nacional.

Na reunião no Palácio do Planalto, Lula e Cristina devem assinar acordo de cooperação para identificar projetos de desenvolvimento e integração da cadeia produtiva entre os dois países, sendo que cada um financiará seus próprios projetos por meio de suas instituições oficiais - do lado brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo país vizinho, o Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice).

domingo, 7 de setembro de 2008

Cristina Kirchner diz que neoliberalismo prejudicou América Latina

Brasília, 6 set (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, afirmou hoje no Brasil que a América Latina está "começando a renascer", após o "dano" do neoliberalismo na região.

"O neoliberalismo causou uma enorme tragédia" e agora a América Latina está "em uma etapa de fundação", disse Cristina em um ato realizado nos arredores da cidade de Recife, onde iniciou hoje uma visita de três dias ao país.

Cristina presidiu a inauguração de uma fábrica de moinhos para a geração de energia eólica do grupo argentino Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A. (Impsa), e destacou esta iniciativa como um exemplo do que deve ser a integração.

A presidente argentina sustentou que a América Latina é hoje uma região "democrática, livre e sem restrições" e afirmou que "a integração não é uma opção", mas o "único caminho possível para remontar uma história de decepções e fantasmas".

Depois do ato de inauguração da fábrica, a presidente argentina viajou para Brasília, onde amanhã assistirá a um desfile cívico-militar de celebração dos 186 anos da Independência do Brasil, para o qual foi convidada especialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segunda-feira, Cristina fará sua primeira visita de Estado ao país desde que assumiu o poder, em dezembro do ano passado, e depois retornará a Buenos Aires.