Buenos Aires, 9 out (EFE) - O Governo da Argentina ratificou hoje que cumprirá a promessa de pagar as dívidas com o Clube de Paris no valor de US$ 6,7 bilhões, derivada da moratória decretada em 2001.
"A dívida com o Clube de Paris será paga", ressaltou o ministro da Justiça, Aníbal Fernández, que destacou que o assunto "não se resolve de forma imediata", porque "é necessário um prazo determinado para ir cumprindo todos os passos".
"São muitos os atores que estão no meio" desta operação, disse a jornalistas, referindo-se a que o Clube de Paris é formado por bancos públicos e Governos de 19 países desenvolvidos.
O ministro falou sobre o assunto em um momento em que se conjetura se, por causa da crise financeira internacional, o Governo voltaria atrás na promessa de pagar a dívida feita pela chefe do Estado, Cristina Fernández de Kirchner, no início de setembro.
Aníbal Fernández não quis comentar a possibilidade de que a Argentina peça para pagar sua dívida em cotas em vez de com um só pagamento e com as reservas do Banco Central, como tinha anunciado a governante.
Neste sentido, analistas argentinos aconselharam proteger as reservas monetárias (US$ 45 bilhões) em previsão do impacto que a crise financeira global possa ter neste país.
Outras fontes oficiais consultadas pela Agência Efe não confirmaram ou desmentiram que o pagamento em cotas seja uma das alternativas que serão debatidas em reunião que o ministro da Economia, Carlos Fernández, manterá com diretores do Clube de Paris na Assembléia do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.
Carlos Fernández, quem chegou hoje à capital americana acompanhado do presidente do Banco Central argentino, Martín Redrado, entre outros funcionários, também deve se reunir com investidores e banqueiros, informaram as fontes.
Um grupo de bancos estrangeiros apresentará hoje perante a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, em inglês) uma proposta para que a Argentina refinancie bônus por US$ 20 bilhões em mãos de credores que rejeitaram a reestruturação de 2005, com a qual o país saiu da moratória declarada em 2001.
"A Argentina tem uma economia sólida, certamente seremos um pouco afetados pelo que está acontecendo no mundo, mas a realidade é que a Argentina nunca esteve tão bem quanto neste momento", insistiu hoje o ministro da Justiça.