terça-feira, 26 de novembro de 2013

Papa Francisco defende reforma na Igreja Católica

Primeiro documento oficial escrito pelo Papa, sugere comunidade religiosa mais aberta às mulheres e aos jovens, sem ultrajar a experiência e sabedoria dos mais velhos.

 
O Vaticano divulgou, nesta terça-feira (26), o conteúdo do primeiro documento oficial escrito pelo Papa Francisco. Na chamada exortação apostólica, o Papa sugere reformas gerais na Igreja Católica.
Escrito em espanhol, o documento fala do projeto que o Papa pensa para a Igreja. Um papado convertido propõe Francisco, que se envergonha dos pecados cometidos pelos que vestem a batina.
Um governo no qual os bispos participam das decisões centrais. Uma comunidade religiosa mais aberta às mulheres e aos jovens, sem ultrajar a experiência e a sabedoria dos mais velhos. Uma igreja que não se cale diante da injustiça.
“Vivemos numa economia que mata”, afirmou o Papa. “Longe de mim propor um populismo irresponsável, mas a economia não pode mais receitar remédios que se tornam venenos”, disse Francisco.
No documento chamado de Exortação Apostólica, o Papa recomenda que os políticos sejam capazes de rever as raízes profundas do mal do nosso mundo. 
Segundo ele, a política é uma das formas mais preciosas de caridade, porque trabalha pelo bem comum.
Quanto ao aborto, a Igreja não muda a sua posição, mas o Papa recomenda compreensão. E reserva uma palavra de afeto aos divorciados que se casaram de novo e que, hoje, não podem comungar: a eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um alimento também para os fracos.
A Exortação é mais significativa do que a Carta Apostólica, mas menos importante do que a Encíclica.  Só que neste caso, pela abrangência dos temas que toca, e pelas reformas que sugere, o documento já está sendo considerado como o mais importante deste pontificado.





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domingo, 3 de novembro de 2013

Músicas de Carlos Galhardo no Painel do Paim

Carlos Galhardo | Letras.mus.br (271 músicas)

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Carlos Galhardo - Letras de músicas, cifras, vídeos e traduções no Letras.mus.br.


CONFIRA:

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Carlos Galhardo (Cantor) no Painel do Paim

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Jornais da Argentina no Painel do Paim


CLIQUE E CONFIRA: 
 http://www.guiademidia.com.br/jornais/america-do-sul/argentina.htm

Jornais da América do Sul:
http://www.guiademidia.com.br/jornais/americadosul.htm 

Jornais do Mundo Inteiro:
http://www.guiademidia.com.br/jornaisinternacionais.htm 

Estes três links estão inscritos, permanentemente, à  margem direita desta página

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Jornais da Argentina no Painel do Paim

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Jornais do Mundo Inteiro:
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terça-feira, 18 de junho de 2013

João Vicente Goulart : “Estamos contando para as novas gerações”

Uma aula de história foi dada por quem viveu de perto o golpe militar e sofreu na própria família os reflexos da ditadura no Brasil. João Vicente Goulart tinha apenas sete anos quando acabou exilado ao ser deposto o pai, o ex-presidente João Belchior Marques Goulart, popularmente, Jango. Um pouco das entrelinhas que os ditadores não contaram foi apresentado por ele na abertura da exposição "Ditadura no Brasil 1964-1985" em Içara (SC) no início deste mês.

"A Comissão da verdade nada mais é do que a restauração da verdade. Não conseguimos sequer punir. Estamos contando para as novas gerações", aponta como interessado nas investigações. "Meu pai já dizia que o exílio é uma invenção do demônio, pois mata as pessoas enquanto se está vivo. O Jango era um brasileiro, presidente eleito, constitucional, derrubado por um golpe de estado e morava do outro lado da fronteira. Muitas pessoas que estavam no Uruguai o viam de longe, mas não se aproximavam com medo de serem presos na fronteira. Ou seja, de uma hora para outra você se transforma em um zumbi", relembra.

Apesar dos crimes não serem mais passíveis de punição no Brasil, há peças neste quebra-cabeças que poderão ser utilizadas em processos, por exemplo, na Argentina. Um dos pontos a serem esclarecidos é a própria morte de Jango. A exumação do corpo vai apontar se a causa foi natural ou se ocorreu envenenamento. Para isso participarão peritos da Polícia Federal do Brasil e de outros países já que a Operação Condor investigava o ex-presidente através de agentes também na Argentina e Uruguai.

Na avaliação de João Vicente, a inexistência de penas para os torturadores daquela época gera ainda consequentes reflexos no país. "A tortura continua. Não é só a perseguição dos políticos. Não foram punidos aqueles que torturaram e a polícia assimilou este tipo de trabalho, que é a discriminação do favelado", aponta. Além da caça dos militares, ele também exalta a perseguição da mídia. Em quase um ano, mais de 230 filmetes foram produzidos contra o governo de Jango.

“Usaram o poder da imprensa para derrubar a Constituição. Uma coisa é a liberdade. Outra é a libertinagem. Acho que não é preciso fazer regulamentação da lei. Mas temos que apressar a responsabilidade de quem mente”, sublinha. “Particularmente sou contra qualquer tipo de controle da mídia”, também garante. Ele ainda defende o Jornalismo como ferramenta para denunciar as irregularidades principalmente pela Internet. “No Regime Militar também existia corrupção, mas nunca aparecia”, coloca.

PRAÇAS E LOGRADOUROS - Em coletiva de imprensa na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, João Vicente se manifestou também sobre o processo de mudança em locais públicos cujas nomenclaturas fazem referências a ditadores. Em Içara, a discussão ocorre quanto a Praça Castelo Branco. A proposta para ser homenageado então João Goulart foi acelerada pela visita do filho de Jango. "A homenagem em ruas, logradouros e praças deve ser de origem popular. Acho que cada mudança dessas deveria ocorrer um pequeno plebiscito para saber se isto é a vontade da população. O que penso é na importância da comunidade saber quem é Castelo Branco e quem é João Goulart", pontua

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Argentina comemora 203 anos de independência e 10 de inclusão

(ASCOM FC)

Numa festa com 700 mil pessoas, embaladas em músicas, danças, luzes e papel picado que iluminavam a Casa Rosada, símbolo do poder popular, a Argentina comemorou ontem. o tradicional 25 de Maio, os 203 anos da independência e os 10 da política de inclusão social, dos governos Kirchner, que arrancaram o país da depressão de 2001.
Ao contrário do enorme impasse do início do novo milênio, quando garfaram o emprego, as aposentadaorias e até os depósitos bancários dos argentinos, o país passou a viver, na década ganhada, um período de bonança, com a criação de cinco milhões de novos postos de trabalho, 1.400 novas escolas, nove universidades, uma aposentadoria duas vezes mais ampla e garantida pelo Estado e não mais dependente da falência dos bancos privados, além da devolução do dinheiro surrupiado pelo denominado corralito.
Estas conquistas, porém, encontram-se sob sério risco devido à cerrada campanha de desestabilização, à semelhança daquelas desencadeadas contra Getúlio e Jango no Brasil, e Perón, na Argentina, desencadeadas pelos mesmos grupos poderosos e midiáticos que idealizaram as ditaduras e os escândalos financeiros que quebraram o país e empobreceram a antes rica e opulenta nação platina.
Por esta razão, a presidenta Cristina, esposa e sucessora de Néstor, o primeiro Kirchner, que governo de 2003 a 2007, quando passou o bastão à "companheira de vida e de militância", fez um comovente discurso, apelando ao povo para que se organize e participe mais da vida nacional, para que, não ela, pessoalmente, mas a sociedade, melhor se defenda das tormentas que se desenham no horizonte. A propósito, ela lembrou que, nos seus seis anos de governo, havia enfrentado nada menos que três "corridas cambiárias", ou seja, ataques especulativos contra a moeda e as finanças do país, todos eles inspirados e sustentados pelos meios de comunicação, tendo à frente os grupos Clarín e La Nación.
Clique aqui para o discurso e a festa na Plaza de Mayo
Cristina tem insistido sobretudo para que o povo se informe melhor dos acontecimentos, recorrendo a outras fontes de notícias e não somente aquelas dos grandes grupos midiáticos, por terem sido estes justamente os autores dos pacotes econômicos de arrocho ecoômico e das ditaduraas mais brutais que atingiram o país depois de 1964: "É por isso que me empenho, é minha ocessão que esta sociedade de 40 milhões de argentinos se organize, de forma unida e solidária, mas ao mesmo tempo compreenda (o que está acontecendo)".

E citou um exemplo: "Outro dia, eu falava dos incautos e contava uma história de precisamente quando foram emitidos os famosos bônus para pagar aos argentinos com os depósitos segurados pelo corralito. Muitos o venderam. Quando, no ano passado, pagamos (o governo) o corralito, eram somente 20 por cento os argentinos (que os tinham disponível por inteiro). Os outros 80% eram (pertenciam) a estrangeiros que haviam comprado por dois pesos o que valia 100 (pesos). Por que? porque tem muitos argentinos, inclusive argentinos instruídos, argentinos de classe média, argentinos que tiveram oportunidade talvez não de entender, e sim de saber. Porque há uma grande diferença entre saber e entender".
Veja ainda:Videla e a natureza das reais ditaduras

Por esta razão, a presidenta instou aos argentinos que "entendam e compreendam quais e onde estão seus verdadeiros interesses". Daí a necessidade, segundo ela, de organizar a sociedade para cuidar as conquistas. Olhar par cuidar. Porque se vocês não se organizem, se não participam, se não cuidam, vocês mesmos, do que é de vocês, vai passar por tudo isso outra vez".
É importante que o internauta veja vídeo acima do discurso da presidenta neste vídeo e sinta o clima mágico de civismo de toda aquela festa.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cartas de Geisel a Videla mostram elos da Operação Condor

Presidente João Goulart  - autor: Zero Hora
Presidente João Goulart - autor: Zero Hora
Jorge Videla cumpriu o papel que dele se esperava na Operação Condor, o pacto terrorista que há 27 anos ocupou um capítulo importante na agenda argentina com o Brasil. O ditador Ernesto Geisel recebeu de bom grado a “nova” política externa do processo de reorganização nacional (e internacional), tal como se lê nos documentos, em sua maioria secretos, até hoje, obtidos pela Carta Maior.
Carta Maior


“Foi com a maior satisfação que recebi, das mãos do excelentíssimo senhor contra-almirante César Augusto Guzzetti, ministro de Relações Exteriores, a carta em que Sua Excelência teve a gentileza de fazer oportunas considerações a respeito das relações entre nossos países...que devem seguir o caminho da mais ampla colaboração”.

A correspondência de Ernesto Beckman Geisel dirigida a Videla exibe uma camaradagem carregada de adjetivos que não era característico desse general, criado numa família de pastores luteranos alemães.

“O Brasil, fiel a sua História e ao seu destino irrenunciavelmente americanista, está seguro de que nossas relações devem basear-se numa afetuosa compreensão...e no permanente entendimento fraterno”, extravasa Geisel, o mesmo que havia reduzido a quase zero as relações com os presidentes Juan Perón e Isabel Martinez, quando seus embaixadores na Argentina pareciam menos interessados em visitar o Palácio San Martin do que frequentar cassinos militares, trocando ideias sobre como somar esforços na “guerra contra a subversão”.

A carta de Geisel a Videla, de 15 de dezembro de 1976, chegou a Buenos Aires dentro de uma “mala diplomática”, não por telefone, como era habitual. No documento consta “secreto e urgentíssimo”, ao lado dessa nota.

Em 6 de dezembro de 1976, nove dias antes da correspondência de Geisel, o presidente João Goulart havia morrido, em seu exílio de Corrientes, o qual, de acordo com provas incontestáveis, foi um dos alvos prioritários da Operação Condor no Brasil, que o espionou durante anos na Argentina, no Uruguai e na França, onde ele realizava consultas médicas por causa de seu problema cardíaco.

Mais ainda: está demonstrado que, em 7 de dezembro de 1976, a ditadura brasileira proibiu a realização de necropsia nos restos do líder nacionalista e potencial ameaça, para que não respingassem em Geisel a parada cardíaca de origem incerta.

Não há elementos conclusivos, mas suspeitas plausíveis, de que Goulart foi envenenado com pastilhas misturadas entre seus medicamentos, numa ação coordenada pelos regimes de Brasília, Buenos Aires e Montevidéu, e assim o entendeu a Comissão da Verdade, da presidenta Dilma Rousseff, ao ordenar a exumação do corpo enterrado na cidade sulista de São Borja, sem custódia militar, porque o Exército se negou a dar-lhe há 10 dias, depois de receber um pedido das autoridades civis.

Carta

Geisel escreveu em resposta a outra carta, de Videla (de 3 de dezembro de 1976), na qual ele se dizia persuadido de que a “Pátria...vive uma instância dinâmica no plano das relações internacionais, particularmente em sua ativa e fecunda comunicação com as nações irmãs”.

“A perdurável comunidade de destino americano nos assinala hoje, mais do que nunca, o caminho das realizações compartilhadas e a busca das grandes soluções”, propunha Videla, enterrado junto aos crimes secretos transnacionais sobre os quais não quis falar perante o Tribunal Federal N1, onde transita o mega processo da Operação Condor.

Os que estudaram essa trama terrorista sul-americana sustentam que ela se valeu dos serviços da diplomacia, especialmente no caso brasileiro, onde os chanceleres teriam sido funcionais aos imperativos da guerra suja. Portanto, esse intercâmbio epistolar enquadrado na diplomacia presidencial de Geisel e Videla, pode ser lido como um contraponto de mensagens cifradas sobre os avanços do terrorismo binacional no combate à resistência brasileira ou argentina. Tudo em nome do “interesse recíproco de nossos países”, escreveu Videla.

Em dezembro de 1976, 9 meses após a derrubada do governo civil, a tirania argentina demonstrava que, além de algumas divergências geopolíticas sonoras com o sócio maior, havia de fato uma complementariedade das ações secretas “contra a subversão”. Assim, pouco após a derrubada de Isabel Martínez, o então chanceler brasileiro e antes embaixador em Buenos Aires, Francisco Azeredo da Silveira, recomendou o fechamento das fronteiras para colaborar com Videla, para impedir a fuga de guerrilheiros e militantes argentinos.

Por sua parte, Videla, assumindo-se como comandante do Condor celeste e branco, autorizava o encarceramento de opositores brasileiros, possivelmente contando com algum nível de coordenação junto aos adidos militares (os mortíferos “agremiles”) destacados no Palácio Pereda, a mansão de linhas afrancesadas onde tem sede a missão diplomática na qual, segundo versões, havia um número exagerado de armas de fogo.

Entre março, mês do golpe, e dezembro de 1976, foram sequestrados e desaparecidos na Argentina os brasileiros Francisco Tenório Cerqueira Júnior, Maria Regina Marcondes Pinto, Jorge Alberto Basso, Sergio Fernando Tula Silberberg e Walter Kenneth Nelson Fleury, disse o informe elaborado pelo Grupo de Trabalho Operação Condor, da Comissão da Verdade. O organismo foi apresentado por Dilma perante rostos contidamente iracundos dos comandantes das Forças Armadas, os únicos, entre as centenas de convidados para a cerimônia, que evitaram aplaudi-la.

Ao finalizar o ato realizado em novembro de 2011, o então secretário de Direitos Humanos argentino Eduardo Luis Duhalde, declarava a este site que um dos segredos melhor guardados da Operação Condor era a participação do Brasil e a sua conexão com a Argentina, e que essa associação delituosa só será revelada quando Washington liberar os documentos brasileiros com a mesma profusão com que liberou os documentos sobre a Argentina e o Chile.

Pistas diplomáticas

Averiguar até onde chegou a cumplicidade de Buenos Aires e Brasília será mais difícil depois do falecimento de Videla, mas não há que se subestimar as pistas diplomáticas.

Em 6 de agosto de 1976, um telefonema “confidencial” elaborado na embaixada brasileira informa aos seus superiores que o ministro de Relações Exteriores Guzzetti falou sobre a “nova” política externa vigente desde que “as forças armadas assumiram o poder” e a da vocação de aproximar-se mais do Brasil, após anos de distanciamento.

Ao longo de 1976, os chanceleres Azeredo da Silveira e Guzzetti mantiveram reuniões entre si e com o principal fiador da Condor, Henry Kissinger que, segundo os documentos que vieram a público há anos a pedido do “Arquivo Nacional de Segurança” dos EUA, recomendou a ambos ser eficazes na simulação no trabalho de extermínio dos inimigos.

“Nós desejamos o melhor para o novo governo (Videla)...desejamos seu êxito...Se há coisas a fazer, vocês devem fazê-las rápido...”, recomendou o Prêmio Nobel da Paz estadunidense, ao contra-almirante e chanceler Guzzetti, em junho de 1976.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Thatcher foi conservadora e, ao mesmo tempo, inovadora

Primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra na Grã-Bretanha morreu nesta segunda-feira após um derrame

08 de abril de 2013 | 9h 41
  • Agência Estado
A ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, morreu nesta segunda-feira aos 87 anos após sofrer um derrame, informou seu porta-voz, o lorde Tim Bell. Segundo o porta-voz, Thatcher, que foi apelidada de "dama de ferro" pelos soviéticos, em razão de seu estilo autoritário, morreu em paz.

Margaret Thatcher nasceu em 1925, em Grantham, uma pequena cidade no leste da Inglaterra, filha de pais metodistas que administravam uma pequena mercearia. Batizada Margaret Roberts, herdou o sobrenome com que ficou famosa na política mundial ao casar-se com o empresário Denis Thatcher, aos 26 anos, em 1951. As raízes conservadoras da carreira política daquela que se tornou a primeira mulher a governar uma democracia entre as grandes economias do Ocidente, reeleita para três mandatos sucessivos como primeira-ministra do Reino Unido, podem ser encontradas nos seus anos de universitária, em Oxford.
Foi durante a faculdade de Química que Margaret começou a colocar as ideias conservadoras trazidas de casa - seu pai, Alfred Roberts, era um conselheiro político local em Grantham - em prática, ao ser eleita para presidir a Associação dos Estudantes Conservadores de Oxford. E assim a jovem Margaret teve seus primeiros contatos com muitos políticos conhecidos e fez com que seu partido soubesse de sua existência, justamente no momento em que os conservadores enfrentavam sua maior derrota para os trabalhistas, nas eleições de 1945.
O fato é que foram necessários apenas cinco anos para que ela se tornasse nacionalmente conhecida na Inglaterra, ao disputar a vaga dos trabalhistas em Dartford pelo Partido Conservador, em 1950. Margaret foi a mais jovem candidata mulher daquelas eleições gerais no país, com apenas 25 anos. Ela perdeu a vaga naquele ano e no ano seguinte, mas a campanha eleitoral a fisgou.
Margaret Thatcher só foi eleita pela primeira vez para o Parlamento em 1959 como representante de Finchley, um condado ao norte de Londres. Ela só ocupou seu primeiro posto de maior evidência no governo, entretanto, quando os conservadores retornaram ao poder, em 1970, com o premiê Edward Heath, em cujo governo Thatcher serviu como ministra de Educação. O cargo lhe rendeu anos difíceis e os primeiros de uma sucessão de desafios que lhe renderia o famoso título de "dama de ferro."  
Primeiro mandato
Em 1979, quando Thatcher assumiu o cargo de primeira-ministra, a economia britânica fraquejava. Ela adotou o Monetarismo de Milton Friedman, da escola de Chicago, como política econômica, ao mesmo tempo em que removia subsídios e regulações do Estado na economia. Como consequência, o país enfrentou uma quebradeira de empresas ineficientes, uma disparada no desemprego e a escalada da inflação. Nesse ambiente, Thatcher elevou impostos e reduziu a oferta de moeda para conter a inflação, deixando para trás as políticas de estímulo monetário do pós-guerra e colecionando críticas de 364 economistas renomados reunidas num manifesto.
Com o colapso de sua popularidade - apenas 23% em dezembro de 1980 -, a primeira-ministra britânica recebeu uma ajuda da invasão argentina, em 1982, às Ilhas Falkland, conhecidas como Malvinas na Argentina. Ao decidir defender a soberania britânica sobre as ilhas, Thatcher viu sua popularidade se beneficiar do fervor patriótico gerado pela disputa e pela vitória das forças britânicas. Nas eleições gerais de 1983, o Partido Conservador liderado por Thatcher venceu por grande maioria e confirmou o segundo mandato da primeira-ministra.
Foi neste segundo período no poder que a conservadora levou adiante uma série de iniciativas que ficou conhecida como Thatcherismo: a privatização da maioria das indústrias administradas pelo governo, incluindo os serviços de abastecimento de água, eletricidade e ferrovias, todos vendidos para a iniciativa privada, além da redução de gastos com serviços sociais. Ela também enfrentou os sindicatos, aprovando leis concebidas para coibir as greves que assolavam o país. Suas iniciativas geraram um dos eventos mais críticos de seu governo: a greve dos mineradores, em 1984, que protestavam contra o fechamento de minas que não eram lucrativas. Thatcher mobilizou os britânicos de forma a pressionar os mineiros e forçá-los a voltar ao trabalho sem qualquer concessão.
A forte oposição da primeira-ministra britânica ao comunismo da União Soviética - que ela apresentava como um demônio que deveria ser combatido - lhe rendeu o título de "Dama de ferro", atribuído pela imprensa soviética e logo adotado pelo Ocidente. Essa posição, alinhada com Reagan, foi alvo de críticas mundo afora por sustentar a Guerra Fria até a chegada de Mikhail Gorbachev ao poder.
A queda
Seus últimos anos no governo do Reino Unido foram novamente marcados por baixíssima popularidade e sucessivas pesquisas que mostravam os trabalhistas à frente dos conservadores numa potencial eleição. Foi das próprias fileiras de seu partido, entretanto, que Thatcher recebeu o golpe final: insatisfeito com a posição radicalmente contrária da primeira-ministra à entrada da Inglaterra na zona do euro, seu vice e último membro remanescente de seu gabinete de 1979, Geoffrey Howe, renunciou em 1º de novembro de 1990. Duas semanas depois, seu discurso repleto de críticas à Thatcher no Parlamento alimentou a reação dos conservadores.
Após sofrer diversos pequenos derrames em 2002, ela anunciou que, por recomendação médica, iria se retirar da vida pública. A deterioração de sua saúde ao longo dos anos seguintes culminou com um colapso durante um jantar na Câmara dos Lordes, em março de 2008. Após o episódio, sua filha Carol afirmou que a demência de sua mãe ficou explícita quando Thatcher confundiu a guerra das Malvinas com a guerra da Iugoslávia. Desde então, a ex-primeira-ministra deixou de comparecer a compromissos públicos alegando problemas de saúde, como a festa de seus 85 anos em Downing Street, a convite do premiê David Cameron, e o casamento do príncipe William com Kate Middleton, em abril de 2011.
No início de 2012, Thatcher não compareceu a um jantar oferecido pela rainha Elizabeth II aos ex-primeiros-ministros do Reino Unido. Em dezembro, pouco antes do Natal, a Dama de Ferro passou por uma cirurgia para remover um crescimento na bexiga, detectado após a ex-primeira-dama sentir desconforto. A operação, segundo seu conselheiro de longa data, Tim Bell, foi "completamente satisfatória".



quarta-feira, 13 de março de 2013

Argentino Jorge Bergoglio é o papa Francisco IArgentino é escolhido como papa Francisco I


Igreja Católica tem um novo papa: cardeal argentino é escolhido



  • A Igreja Católica tem um novo papa: o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, 76, arcebispo de Buenos Aires, foi o escolhido. A fumaça branca liberada pela chaminé da Capela Sistina às 19h05 (horário local, 15h05 em Brasília) desta quarta-feira (13) mostrou que os 115 cardeais chegaram a um nome de consenso. O novo papa foi anunciado em latim, da sacada da Basílica de São Pedro, cerca de uma hora depois. O conclave começou na última terça-feira (12).
    O nome adotado pelo novo papa foi Francisco I e foi ouvido pela primeira vez por um cardeal que anunciou "habemus papam" (temos um papa) para a multidão reunida na praça. Este é o primeiro papa latino-americano e o nome adotado por ele é inédito. A escolha do cardeal foi uma surpresa, já que seu nome não figurava entre os mais cotados nos bastidores e nas casas de aposta.

    Jorge Mario Bergoglio recebeu ao menos 77 votos dos cardeais-eleitores, o que configura dois terços do total.
    A Praça de São Pedro entrou em uma explosão de comemorações depois que a fumaça branca surgiu da chaminé. Os sinos da Basílica de São Pedro repicaram dando a boa nova ao pontífice, que passou à chamada sala das lágrimas para se vestir com batina branca e sapatos vermelhos.
    As pessoas presentes na praça se abraçaram, choraram e se encaminharam à Basílica para receber o novo papa e ouvir suas primeiras palavras ao mundo como pontífice.
    A eleição do novo papa vem após a súbita e surpreendente renúncia de Bento XVI, de 85 anos. Ele deixou o cargo no último dia 28 de fevereiro, alegando não ter mais forças para liderar a Igreja, em um momento em que ela enfrenta vários problemas, dos escândalos de abusos sexuais às acusações de corrupção no Banco do Vaticano.
    O conclave anterior, de 2005, durou dois dias e levou três rodadas de votação para eleger Joseph Ratzinger como novo papa -- exatamente como a escolha deste ano.
    Processo
    Os cardeais foram trancados na Capela Sistina na tarde de terça-feira (12) depois de cada um jurar, em latim, com a mão sobre o Evangelho, que manterá segredo sobre os procedimentos e discussões do conclave.
    Em seguida, o mestre papal de cerimônias, Guido Marini, fez o anúncio de Extra omnes -- 'Todos para fora' -- o chamado para que todos os não participantes do conclave deixassem o recinto.
    Em seguida, a Capela Sistina foi trancada por fora. A partir deste momento, os cardeais passaram a comer, votar e dormir em áreas isoladas do mundo e dos meios de comunicação até terem cumprido a tarefa de escolher o novo papa.
    Aparelhos bloqueadores de sinais de celular e internet foram instalados na Capela Sistina e na Casa de Santa Marta, onde ficam os quartos em que os cardeais passaram a noite.
    *Com informações das agências